No fabrico do chapéu,
os operários apoiavam-se em diversos documentos que lhes forneciam as
informações necessárias para as operações a realizar ou materiais a
aplicar.
Estes documentos ora acompanhavam o produto ao longo da cadeia operatória, como as fichas de
pelo ou as etiquetas de referência, ora encontravam-se guardados em cada secção, como as fichas de amostras de cores, as de cunhos e as de amostras de fitas.
As fichas de
pelo eram preenchidas pelo encarregado, no armazém, aquando da preparação do pelo. Estas
acompanhavam o lote de feltros até à gomagem e indicavam a
qualidade e quantidade de feltros a produzir mas também o peso, a cor, a
medida, o tipo de afinação e goma a aplicar.
Já na
secção da embalagem as fichas de pelo eram substituídas por uma pequena etiqueta de referência que identificava as características dos lotes.
As fichas de amostras de cores, guardadas pelo encarregado na
secção de tinturaria, permitiam, através das sua fórmulas reproduzir
fielmente os tons produzidos na Empresa.
As fichas de cunhos eram pequenos catálogos das marcas a aplicar no forro e na carneira (fita interior) do chapéu. Cada ficha
apresenta três marcas, uma feita a ouro para os forros e chapéus de gama
alta, uma feita a tinta para as gamas
média-baixa e a terceira, também feita a ouro, para aplicação nas carneiras.
Estas marcas eram aplicadas consoante a qualidade do chapéu. As marcas Joanino,
EICH, Lido, Bom Tom ou Palmares eram usadas para os chapéus de alta qualidade e as marcas Liz, Mistax, BBB, Fox ou Minor eram usadas em chapéus mais fracos.
Estes documentos e muitos mais encontram-se disponíveis para investigação no Centro de Documentação do Museu da Chapelaria.
Sem comentários:
Enviar um comentário