A distinção "Mulheres Criadoras da Cultura" será entregue esta
segunda-feira pelo secretário de Estado da Cultura. Tanto a criação da
distinção como o nome das distinguidas foram anunciados este domingo.
A bailarina Anna Mascolo, a actriz e encenadora Germana Tânger, a
arquitecta Inês Lobo, a artista plástica Joana Vasconcelos e a maestrina
Joana Carneiro receberão esta segunda-feira a distinção “Mulheres
Criadoras de Cultura” numa cerimónia a presidir pelo secretário de
Estado da Cultura, Jorge Barreto Xavier, às 12h, no Antigo Refeitório do
Mosteiro dos Jerónimos, com a presidente da Comissão para a Cidadania e
a Igualdade de Género (CCIG), Fátima Duarte.
A Secretaria de Estado da
Cultura (SEC) anunciou às 19h30 deste domingo por comunicado tanto a
criação da dintinção como o nome das distinguidas. Segundo esse
comunicado, o reconhecimento das galardoadas "baseia-se em três
critérios principais: relevância/ coerência da obra, inovação e carácter
pioneiro da actividade artística e impacto social e cultural da obra
produzida".
Apesar de referir que se trata de uma atribuição
conjunta da SEC e da CCIG, o comunicado não esclarece qual o processo de
escolha das distinguidas nem qual a periodicidade da distinção. Em
cinco breves textos, explica apenas o motivo da escolha de cada
distinguida.
A bailarina e pedagoga Anna Mascolo surge descrita
como uma "personalidade forte, com uma carreira invulgar":
"Distinguiu-se como intérprete e soube depois trazer para o ensino a
essência e a excelência da sua arte transmitindo-a a gerações de
bailarinos. [...] No domínio da formação, em particular, tem uma acção
pioneira em Portugal ao fundar, em 1958, a Estúdio-Escola de Dança
Clássica de Anna Mascolo."
Já a actriz e encenadora Germana Tânger
"distingue-se na 'arte de dizer'” bem como pelo seu papel como
"divulgadora de poesia, arte ao serviço da qual percorreu Portugal
inteiro e muitos outros países".
Joana Carneiro, maestrina
convidada da Orquestra Gulbenkian e directora musical da Sinfónica de
Berkeley, tem-se destacado "brilhantemente numa profissão onde escasseia
a representação feminina". Exactamente como a arquitecta e professora
Inês Lobo, "que desde jovem se apresenta com uma assinatura firme e com
projeção internacional [...] num meio ainda predominantemente
masculino".
À frente de uma "carreira fulgurante", Joana
Vasconcelos, que foi, recorda o comunicado, a primeira mulher a expor no
âmbito do programa de arte contemporânea do Palácio de Versalhes, é
distinguida por uma "obra de projeção global, e pela visibilidade que
traz à condição da mulher".
O regulamento da distinção publicado no site da
CCIG esclarece que "a decisão sobre a atribuição da distinção será da
competência da Comissão para a Cidadania e a Igualdade de Género e da
Secretaria de Estado da Cultura" sem avançar, porém, quaisquer outros
detalhes do processo de escolha ou periodicidade da atribuição. Segundo
explicou ao PÚBLICO Rui Boavida, assessor da SEC, a distinção deverá ser
anual, mas poderá noutros anos não ser para a Cultura.
Fonte: Público
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