sábado, julho 05, 2008

Cavalos com chapéu


"Cavalos com chapéu" é este o título de um interessante artigo que surge sob a forma de crónica no jornal sanjoanense o “Regional” de 1926.
Durante séculos o cavalo foi o braço direito do Homem, auxiliando-o nos trabalhos mais árduos e como principal meio de transporte de longas distâncias.
Com a evolução tecnológica acabou por perder importância, contudo nos inícios do século XX, manteve-se como principal meio de transporte profissional, em particular nas grandes cidades, de lazer, permitindo aos turistas longos passeios de charrete pelas principais artérias urbanas.
Diz-nos Luiz Leitão que em Paris a lei do trânsito obrigava a que as charretes estivessem colocadas do lado oposto à sombra, obrigando os cavalos a estar parados horas intermináveis e a apanhar sol nas suas cabeças causando-lhes sofrimento e graves doenças.
Perante tal violência as sociedades de protecção aos animais, como a Société Protectrice dês Animaux (França) ou a American Society for the Prevention of Cruelty to Animals (EUA) começaram a argumentar que também os cavalos deviam usar chapéus de palha.
Tal ideia apesar de não ser inovadora, em Itália os cavalos usados no campo usavam tradicionalmente chapéus, acabou por ser causa de grandes polémicas, particularmente nos grandes centros urbanos.
Para fomentar uma atitude mais protectora por parte dos tratadores destes animais, a S.P.A. acabou por distribuir, anualmente e de forma gratuita, cerca de 5.000 chapéus de palha para os cavalos, e isto só em Paris!
Este conceito foi de grande importância, não só os cavalos começaram a ser mais saudáveis por ter as suas cabeças mais resguardadas e frescas, como se verificou uma evolução nos seus chapéus, podendo-se agora encontrar novos modelos nas suas cabeças como a cartola, o henin, o sombrero e muitos outros…
Como diz o ditado, chapéus há muitos…. mas cabeças também as há!

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