quarta-feira, janeiro 24, 2007
a memória está sentada...
Abre-se a porta e o próprio ar nos fala.
As cortinas de rede exactamente aquelas,
a cadeira onde a memória está sentada,
a mesa, o copo, a chávena, o relógio,
o móvel onde alguém permanece encostado
sem volume e sem tempo,
nós próprios, quando os olhos indignados
nas pálpebras se encobrem.
António Gedeão, Poemas Escolhidos.
(fotografia da loja da Empresa Industrial de Chapelaria. Centro de Documentação do Museu da Chapelaria)
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4 comentários:
Que maravilha, este poema e a sugestiva foto!
Acabei de vir do Seminário do GAM - Grupo da acessibilidades em Museus, na Gulbenkian. Foi muito interessante ... foi dada voz ás associações de pessoas deficientes ou com dificuldades de acesso a bens e equipamentos culturais, o que ajudou a centrar as discussões e a evidenciar os problemas. As novas tecnologias de comunicação e informaçáo ajudam ... mas ainda há muito a fazer no sentido da humanização dos espaços museológicos e pelo derrube de barreiras ... na maior parte, de origem cultural, psicológico e intelectual ! Foi importante o debate. Vamos caminhando...
A fotografia transporta-nos para o passado. Sem dúvida uma ferramenta documental importantissima para os museus.
Bela fotografia, sem dúvida!
Isabel e Ana,
Muito obrigada pela vossa visita.
Este é um texto que, de facto, gosto imenso e que me inspirou em muitos outros momentos.
A fotografia faz parte de um álbum de fotografias da fábrica, cujo rasto infelizmente se 'perdeu' tendo ficado apenas uma digitalização de pouca qualidade... quem sabe se um dia o dito álbum não reencontra o caminho para a sua casa (de onde provavelmente não deveria nunca ter saído!)...
Um abaço chapeleiro para ambas,
Suzana Menezes
Cara Suzana,
Além do album de que fala, têm algum arquivo de fotografia sobre a memória da fábrica?
Se sim, quais os projectos que têm ao nível do tratamento documental desse espólio?
Saudações
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